Ao longo do último século, muitos estudiosos desenvolveram a percepção crescente de que os modernos paradigmas ocidentais sobre o conhecimento e a realidade estão necessitando urgente de crítica radical e de reconstrução. O feminismo contemporâneo tem contribuído significativamente para essa reconstrução, contestando as suposições fundamentais de paradigmas anteriormente dominantes - por exemplo, o da ciência abstrata e desincorporada, o do mito da objetividade - e de vários confrontos como cultura/natureza/corpo e razão/emoção, em cujos termos esses paradigmas foram articulados. Os ensaios nesta coletânea interdisciplinar, que abre a Coleção Gênero, unificados pela visão comum de que a compreensão sobre o ser e o saber é tendenciosa quanto ao tema, exploram essa percepção através de caminhos diversificados. Alguns desafiam e começam a revisar a concepção ocidental do corpo como o domínio do biológico e do "natural", o inimigo da razão, tipicamente associado às mulheres.
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